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Feng Shui e as Mudanças Patológicas

  • Foto do escritor: LM
    LM
  • 8 de jul. de 2020
  • 3 min de leitura

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“Andas sempre com os móveis aos tombos” – disse ele um dia destes. É verdade, cada vez que sai a Mónica Geller em mim e dou aquelas limpezas mais profundas em casa, acabo sempre por mudar uma peça de mobiliário ou nem que seja uma planta. Mas alguma coisa tem de ficar diferente, se não nem vale a pena andar a limpar.


Podemos dizer que sofro de uma necessidade patológica de mudança e novidade ou que simplesmente ainda não encontrei a disposição ideal dos móveis e objetos. Considerando que a minha casa de sonho oscila entre uma casa de campo nas beiras e um loft em Copenhaga, decidi pesquisar sobre essa corrente de pensamento chinês a.k.a. tema de conversa de café: o Feng Shui.


Eis o que descobri:

Feng Shui é uma prática de origem chinesa que visa assegurar a harmonia do homem e do seu meio ambiente. Nasceu há cerca de quatro mil anos (velhinha, velhinha), significa Vento e Água e tem origem na ligação chinesa com a Natureza. Esta ligação parte do princípio de que o Homem, a Terra e o Céu são responsáveis por tudo o que nos rodeia. Até agora, faz sentido.


Partindo do princípio de que a casa é o nosso segundo corpo e de que todos os seres e coisas do universo são energia, o Feng Shui pretende garantir que as energias fluem num espaço de forma harmoniosa e equilibrada.

Considerando que a casa já foi comprada/alugada e ninguém tem dinheiro para andar a mandar paredes abaixo, vamos apenas olhar para os erros decorativos que dão cabo do Feng Shui. Sou culpada de, pelo menos, metade. Se calhar por isso é que ando sempre com os móveis aos tombos.


  • Tralha por baixo da cama: supostamente bloqueia a energia que deve circular sem obstáculos. E onde se guardam os edredons? E os edredões?

  • Cama ao canto: bloqueia a energia. Concordo, bloqueia a energia e dá-me ataques de claustrofobia

  • Cama sem cabeceira, ou o chamado ‘Sommier’: aparece com regularidade em decorações de inspiração nórdica, mas é um NOT. Feng Shui aconselha uma cabeceira de estrutura forte agarrada à cama, para transmitir estabilidade, ligação e suporte

  • TV no quarto: corretíssimo. Nunca tive e nunca vou ter. Nem precisa explicação

  • Ter o fogão perto do frigorífico: isto significa que os elementos água e fogo podem entrar em conforto. Pronto, é aqui que está a linha em que isto entra na maluquice completa. Mas vou reconsiderar porque me parece um desperdício de energia ter estes dois eletrodomésticos juntos

  • Ter armários pintados de vermelho pode criar excesso de elemento fogo. Quem é que estando bem da cabeça tem armários de cozinha vermelhos?

  • Excesso de tralha: isto é senso comum e não é preciso ser um minimalista com apenas uma escova de dentes no WC para o saber. Não usa, dá para caridade ou deita fora. Simples.

  • Ter um espelho de frente para a entrada: tão comum nas casas portuguesas. Supostamente a entrada é a fonte de energia da casa e caso seja recebida por um espelho fica estagnada. Mas dá jeito para uma pessoa ver se está apresentável antes de sair de casa

Curiosidade: durante a China Imperial o Feng Shui era mantido em segredo e só conhecido por cientistas e astrónomos que aplicavam o conhecimento na Corte. Como sempre, a ocultação de conhecimento é uma excelente manobra de poder. Só para mostrar quem manda, até vou ter o Feng Shui em conta quando fizer a próxima arrumação.

 
 
 

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